segunda-feira, 3 de julho de 2017

Algumas Questões sobre o Mau Hálito
1-         O que é a halitose?
É o termo médico que define um hálito desagradável (vulgarmente mau hálito). As halitoses podem ser divididas em fisiológicas e patológicas. As fisiológicas (ou transitórias) são as que não estão relacionadas com doenças (ex.: o mau hálito habitual que uma pessoa manifesta ao acordar, depois de um período de jejum prolongado, ou após comer alho). As halitoses patológicas são as que estão relacionadas com doenças e, por conseguinte, está indicado o diagnóstico e o acompanhamento médico (ex.: halitose devido a gengivite).
2-         Porquê a halitose é relevante?
A nível físico, a halitose pode ser um sinal de uma doença subjacente que resulta noutros efeitos prejudiciais, como a perda dentária, alterações do sabor, boca seca, dificuldade em mastigar e engolir, perturbações respiratórias, digestivas, sistémicas e outras. Além disso, devido à conotação negativa que é atribuída à halitose, a sua ocorrência pode também acarretar consequências negativas no âmbito psicológico e social. O stresse pode gerar mau hálito transitório (devido à consequente inibição do fluxo salivar).
3-         Quais são as causas mais frequentes?
Até à data foram identificadas mais de 70 condições/doenças passíveis de provocar halitose. Na maioria dos casos a sua origem situa-se na boca, sendo as mais frequentes: língua saburrosa (restos orgânicos que aderem à superfície da língua), as afeções da gengiva e suporte dos dentes, a diminuição do fluxo salivar e a infeção das amígdalas faríngeas. A nível extrabucal, as causas mais frequentes incluem diversas malformações e patologias ao nível das fossas nasais e seios perinasais, tubo digestivo, fígado, rins, condições do foro sistémico/metabólico, entre outras.
4-         Como diagnosticar e tratar?
Tendo em conta que a maior parte das causas tem uma origem oral, inicialmente deve procurar o seu médico-dentista com o propósito de ser despistada qualquer patologia oral suscetível de desencadear halitose. Nos casos em que o médico-dentista verifique a ausência de problemas orais (e de sintomatologia oriunda de outras partes do organismo), o paciente deverá procurar uma consulta especializada de halitose (para a análise do hálito e posterior tratamento). Salienta-se que não existe um tratamento “padrão”: este varia segundo a(s) causa(s) apurada(s). Todavia, a maioria dos casos é tratada com medicamentos ou através da remoção de focos infeciosos (seja através de antibióticos ou através de desbridamento/cirurgia). Numa consulta especializada, a taxa de êxito do tratamento da halitose alcança os 96,6% dos casos.





10 regras para PREVENIR O MAU HÁLITO
1.         Uma higiene oral completa inclui o uso regular de fio dentário e de um limpador de língua.
2.         Esteja atento ao que ingere (sobretudo alho, cebola, condimentos com odor intenso, alimentos fritos e alguns lácteos).
3.         Coma e beba com regularidade (os períodos de jejum superiores a 4 horas e os estados de desidratação favorecem o aparecimento de halitose).
4.         Evite as bebidas alcoólicas. O álcool pode gerar halitose a nível metabólico devido à produção dos seus subprodutos voláteis e por ser um agente desidratante oral.
5.         Evite fumar. O tabagismo pode gerar a típica halitose do fumador (emanação de compostos voláteis de mau odor), além de promover a desidratação da boca.
6.         Evite respirar pela boca. Pode induzir a manifestação de halitose devido a fenómenos relacionados com a evaporação da saliva.
7.         Tenha uma atitude preventiva. Ex.: um professor que fale continuamente deve-se fazer acompanhar de uma garrafa de água; no caso de um desportista: de um alimento com hidratos de carbono (para evitar a halitose por hipoglicemia após o exercício).
8.         Esteja atento à ocorrência de potenciais sinais indicadores de halitose (ex.: sangramento gengival, língua saburrosa, boca seca, sabor desagradável, fenómenos nasais obstrutivos, infeções amigdalinas, ardor gástrico e esofágico, obstipação prolongada, etc.).
9.         Peça a uma pessoa da sua confiança para alertá-lo (pois é frequente que uma pessoa tenha uma consciência equivocada do seu próprio hálito).

10.       Consulte o seu profissional de saúde se for o caso de padecer de halitose após o cumprimento das regras supracitadas.

domingo, 2 de julho de 2017

Conhece as regras para uma boa Higiene do Sono

Regras de Higiene do Sono[1]
1.                  Evitar estimulantes várias horas antes de deitar (café, álcool, atividade física)
2.                  Ter pelo menos 1 h para se descontrair antes de deitar
3.                  Ter o quarto escuro e silencioso e fresco
4.                  Ter horário de sono regular
5.                  Evitar relógio, telemóvel, tablet à cabeceira da cama
6.                  Deitar-se apenas quando tiver sono
7.                  Usar cama só para dormir (exceção da atividade sexual) para não condicionar o nível de alerta
8.                  Quando não sentir capaz de adormecer cerca de 30 minutos após deitar, não deve permanecer na cama
9.                  Não fazer sestas


Consequências da Insónia
1.                  Disfunção diurna associada a insónia: fadiga, irritabilidade, queixas cognitivas
2.                  Risco aumentado de patologia psiquiátrica (depressão)
3.                  Risco de acidentes domésticos e no trabalho
4.                  Maior mortalidade
5.                  Pior perceção da qualidade de vida
6.                  Impacto social: absentismo, custo de saúde




[1] Gonçalves M, et al. J. Sleep Res.2010;19(2):1-396